Quando se fala em drones, é bem provável que uma das atribuições mais imediatas para tais aparatos seja a de vigilância. Operados remotamente por um piloto há quilômetros de distância, pode-se analisar um tráfego urbano, alcançar lugares de difícil acesso ou, no caso da operação militar de Decisão de Risco (Eye In The Sky), ficar na cola de um grupo terrorista, estando igualmente a disposição para eliminar o alvo, mas a que custo? Enquanto os soldados que estariam em solo permanecem a salvo em suas bases, o preço da paz ainda é caro para os civis prestes a receber este fogo cruzado – assim como para aqueles que estão por trás de toda essa operação.
É incrível o quanto as coisas podem mudar dentro do período de um dia. Numa manhã no Quênia, a menina Alia (Aisha Takow) brinca com um bambolê dado pelo pai enquanto espera a mãe assar os pães que ela vende diariamente na esquina do subúrbio onde mora em Nairóbi. Na Inglaterra, a Coronel Katherine Powell (Helen Mirren, automaticamente fria) acorda ainda de madrugada e parte para o quartel-general a fim de prosseguir a operação que busca capturar uma radicalista inglesa que se casou com um dos membros de uma organização extremista islâmica responsável por vários atentados, incluindo uma explosão em shopping no Quênia. Agentes do governo queniano à paisana monitoram as atividades dos supostos terroristas com pequenos drones inusitados e as imagens registradas a partir das microcâmeras destes é enviada diretamente para os órgãos responsáveis pela operação secreta, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos e, quando os principais suspeitos são identificados, a ordem de captura muda para uma decisão fatal.
A partir das imagens de um drone no céu e do besouro controlado pelo agente somali Jama Farah (Barkhad Abdi, o perigoso pirata de Capitão Phillips), paira a oportunidade de se eliminar o alvo, que se prepara para mais um atentado suicida. Aos superiores (e como têm nessas hierarquias políticas e militares, com ligações que irão dos Estados Unidos a Cingapura), fica a dúvida: bombardear a casa, correndo o risco de baixas de poucos transeuntes ou evitar mais uma catástrofe que pode tirar centenas de vidas? Ao passo em que o diretor Gavin Hood (condenado por seu X-Men Origens: Wolverine) manipula bem nossos sentimentos, querendo que a operação se concretize o quanto antes, mas nos "divertindo" com as burocracias atrapalhadas, desnecessárias e/ou apáticas dos governos, vemos expressivas atuações de Aaron Paul e Alan Rickman, ambos interpretando militares com experiência em guerras, mas agora precisando cumprir seus deveres. Há uma proposta de ironia quando o Tenente-general de Rickman é apresentado em sua primeira aparição, falando ao celular e escolhendo uma boneca, entre vários modelos, para dar de presente para uma familiar; um elemento que terá uma relativa importância nos minutos mais críticos.
Em meio a tantos pontos de vista e no apelo causado pelos rostos conhecidos (mais pela óbvia saudade de Alan Rickman), Decisão de Riso nos deixa vulneráveis diante de uma situação irreversível, trazendo em voga uma discussão que, pelo visto, só está começando. No entanto, Hood e seu roteirista parecem acreditar que o espectador precisa de um alívio cômico depois de vários minutos de tensão e, o que é pior, em cima de figuras que ocupam cargos importantes do governo britânico e dos Estados Unidos. Se existe imparcialidade no filme, é uma velada tentativa de ser anti-guerra.
A partir das imagens de um drone no céu e do besouro controlado pelo agente somali Jama Farah (Barkhad Abdi, o perigoso pirata de Capitão Phillips), paira a oportunidade de se eliminar o alvo, que se prepara para mais um atentado suicida. Aos superiores (e como têm nessas hierarquias políticas e militares, com ligações que irão dos Estados Unidos a Cingapura), fica a dúvida: bombardear a casa, correndo o risco de baixas de poucos transeuntes ou evitar mais uma catástrofe que pode tirar centenas de vidas? Ao passo em que o diretor Gavin Hood (condenado por seu X-Men Origens: Wolverine) manipula bem nossos sentimentos, querendo que a operação se concretize o quanto antes, mas nos "divertindo" com as burocracias atrapalhadas, desnecessárias e/ou apáticas dos governos, vemos expressivas atuações de Aaron Paul e Alan Rickman, ambos interpretando militares com experiência em guerras, mas agora precisando cumprir seus deveres. Há uma proposta de ironia quando o Tenente-general de Rickman é apresentado em sua primeira aparição, falando ao celular e escolhendo uma boneca, entre vários modelos, para dar de presente para uma familiar; um elemento que terá uma relativa importância nos minutos mais críticos.
Em meio a tantos pontos de vista e no apelo causado pelos rostos conhecidos (mais pela óbvia saudade de Alan Rickman), Decisão de Riso nos deixa vulneráveis diante de uma situação irreversível, trazendo em voga uma discussão que, pelo visto, só está começando. No entanto, Hood e seu roteirista parecem acreditar que o espectador precisa de um alívio cômico depois de vários minutos de tensão e, o que é pior, em cima de figuras que ocupam cargos importantes do governo britânico e dos Estados Unidos. Se existe imparcialidade no filme, é uma velada tentativa de ser anti-guerra.
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