quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Maze Runner: Prova de Fogo | CRÍTICA


Quando Thomas (Dylan O'Brien) adentrou a Clareira, mal se sabia e muito se especulava sobre o que havia para além daquele labirinto mortal. Entre os padrões escondidos e os flashes de memória daquele estranho novato entre os Clareanos, a turma de jovens conseguiu contornar os obstáculos a muito custo, para então chegar a um frustrante desfecho que mais lhes seria um reinício. Se em Maze Runner: Correr ou Morrer faltava uma motivação mais concreta, seu sucessor Maze Runner: Prova de Fogo (Maze Runner: The Scorch Trials) consegue encontrar um propósito relativamente crível em meio a uma produção revigorada.


Parece até outro filme, mas continuamos a acompanhar a saga escrita por James Dashner e, desta vez, a viagem é longa e vai passar por muitos lugares! Tudo porque, depois do resgate no final do capítulo anterior, Thomas, Teresa (Kaya Scoledario), Newt (Thomas Brodie-Sangster) e Minho (Ki Hong Lee), entre outros adolescentes, caem numa espécie de reformatório controlado pelo impassível Janson (Aidan Gillen, sendo um Mindinho menos multifacetado...) e as coisas não saem como esperado, levando os garotos a escaparem deserto afora, sujeitos a ataques de Cranks e qualquer ameaça iminente e desconhecida para eles até então. Praticamente sem os inverossímeis monstros Verdugos, os Cranks (pessoas infectadas pelo vírus Fulgor) surgem como uma boa ameaça contra a turma, especialmente na ótima sequência do shopping abandonado, recriando um clima de suspense bem típico e muito semelhante ao do excelente game The Last Of Us (as coincidências não param, ainda mais quando há em cena um gerador de energia e viscosas ramificações nas paredes).

Se o título entregou muito mais mistérios e ação do que o original até agora, o diretor Wes Ball vai além do Deserto e coloca os garotos em busca de uma organização (ou alguém?) chamada Braço Direito, uma prometida resistência contra a C.R.U.E.L., e até chegar ao destino, são várias as vezes em que o diretor se aproveita das locações reais para compor planos inesperadamente bonitos sobre as paisagens desérticas acrescentando cidades devastadas (de onde vem tanta areia, afinal?) com vários prédios prestes a desmoronar. E se vocês esperam que esses lugares estão comumente desabitados, verão aí uma sociedade resistente e mercenária que ainda permite se divertir em meio a escassez de recursos.


Além da figura irônica de Gillen, outra interessante adição ao elenco é Giancarlo Esposito (Breaking Bad) e seu explosivo personagem Jorge, um cara que não tem nada a perder e que, aparentemente, se torna mais importante a partir dos longos segundo e terceiro atos. Com tantas personagens e circunstâncias novas, lugares para alcançar, inimigos a enfrentar, algo se compromete no meio disso tudo. Ainda que os garotos tenham seus momentos pontuais para se destacar, o roteiro de T.S. Nowlin faz com que Teresa e Brenda (Rosa Salazar) sejam, ao mesmo tempo, independentes e determinadas, mas sujeita ambas a ações pra lá de estúpidas (por vezes, estendidas), isso sem contar no drama redundante que outros personagens insistem em recitar, como se já não estivesse suficientemente claro.



Prolongando o suspense e (novos) mistérios para suas vindouras sequências, Prova de Fogo se destaca nas suas muitas cenas de ação, ainda assim, com aquela forte sensação de que já se assistiu a algo parecido. Não por menos, as atuais franquias infanto-juvenis e, coincidentemente, pós-apocalípticas insistem num ponto comum: antes de arranjar as devidas curas para suas decrépitas sociedades, trata-se de impor os jovens a mesma missão – vingar-se de quem é realmente cruel.




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