A tradição do cinema de horror calcado nos dogmas da Igreja Católica há muito nos rendeu filmaços e fiascos (isso sendo gentil) que causaram mais por suas polêmicas envolvendo censuras e demais reprimendas ao menor sinal de conteúdo considerado blasfêmico. É de se imaginar, portanto, como este Imaculada seria recebido à época de O Exorcista e A Profecia logo quando o seu tema vem a ser tão sórdido para a moral católica em putrefação.
(Foto: Diamond Films/Divulgação) |
Muito se comenta que Imaculada tem semelhanças com A Primeira Profecia, lançamento também de 2024, mas é possível afirmar que não há diabruras neste caso, apesar de as convenções do gênero nos deixarem estigmatizados o suficiente esperando que os scare-jumps sejam por aparições demoníacas. O terror agora é outro: o que assusta mesmo, à parte de alguns diálogos fraquinhos, é o fanatismo religioso levado a um extremo distinto. É verdade que a causa apresentada poderia ser justificada pela crescente falta de fiéis católicos pelo mundo e que a Igreja precisa de um novo milagre para, então, angariar uma nova geração, mas, aqui, impera a suposição a la O Código da Vinci e seu contexto segue um caminho superficial. Até mesmo o padre interpretado por Álvaro Morte (séries A Roda do Tempo e La Casa de Papel), que detém certa imponência, acaba como um vilão unidimensional.
(Foto: Diamond Films/Divulgação) |
Servindo mais de oportunidade para Sydney Sweeney se intitular uma scream queen pela cena final (e ela realmente se sai bem pelo filme), Imaculada (Immaculate, no original) pode assustar pouco, mas é de se admirar a sua coragem de ser visceral numa época em que especulam que o cinema anda bem insípido.
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