quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Brooklyn | CRÍTICA


A sutileza ao tratar de temas que poderiam gerar um grande melodrama fazem de Brooklyn uma boa pedida para qualquer um que queira acompanhar uma história delicada, apaixonante, sem deixar de ter momentos cômicos que se encaixam perfeitamente a trama. O filme pode ser considerado uma homenagem principalmente a imigração de irlandeses aos Estados Unidos, mas por que não a todos os imigrantes que deixam para trás tudo o que conhecem em busca de um futuro melhor?


A perspectiva de continuar na Irlanda do início da década de 1950, vivendo algo fadado a uma sufocante rotina e sem possibilidade de muito crescimento, faz com que Eilis Lacey (Saoirse Ronan) decida deixar sua mãe e irmã com quem tem uma ligação muito forte, em busca de novos horizontes nos Estados Unidos. Antes de chegar, ela já tem um local para ficar e um trabalho conseguido por um padre conhecido da família Lacey, vivido por Jim Broadbent. É notável a evolução da personagem que floresce ao longo da trama, transitando de uma menina tímida de modos simples na sua chegada, para uma mulher que começa a realizar conquistas que trazem força para sua presença na América ao longo dos meses que se seguem.


No princípio, sua adaptação nesta nova realidade requer muito esforço para evitar lágrimas, sorrir para os clientes no trabalho, compreender e participar da conversa das outras jovens que moram na pensão da Senhora Kehoe (Julie Walters). Mas isso começa a mudar ao ver estas outras moradoras como amigas e principalmente ao encontrar um bom rapaz que acaba se tornando seu namorado. Ela enfim começa a fazer parte daquele lugar.

Porém, em determinado momento, ela precisa voltar a sua terra natal e lá, onde antes não havia futuro, tudo, surpreendentemente, passa a ir muito bem. Entre demais complicações que precisam ser acompanhadas de perto, o filme trata desta grande escolha que Eilis deverá fazer entre estes dois mundos diferentes, com pessoas e perspectivas diferentes, nem melhores nem piores. 

O triunfo do filme muito se deve a Saoirse Ronan (Desejo e Reparação, Grande Hotel Budapeste), que tem uma grande atuação a qual merece seu conhecimento no Oscar onde concorre desta vez como Melhor Atriz. Ela consegue dar vida a um turbilhão sentimentos, daqueles que só a distância pode provocar, porém de uma forma leve e agradável, representando a dualidade da protagonista crescente ao longo da trama.

A trama dedilha em relações e sentimentos humanos, em se arriscar na procura por dias melhores, em quem sabe ser forte o suficiente para pensar no que é melhor só pra si naquele momento, sem deixar de carregar suas raízes naquele cantinho do coração. Mas, principalmente, no que pode significar um lar de acordo com o que você procura.



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