Diferente de 2014, onde o prêmio principal do Oscar estava bastante previsível graças ao fraco roteiro (e às liberdades poético-científicas) de Gravidade, favorecendo a causa por trás de 12 Anos De Escravidão, este ano encontramos vários impasses nas categorias, as quais comento brevemente abaixo.
A lista completa dos indicados você encontra aqui.
J.K. Simmons – Whiplash - Em Busca da Perfeição
MELHOR FIGURINO
Grande Hotel Budapeste
MELHOR MAQUIAGEM
- Espero muito que os votantes da Academia não repitam o mesmo erro que fizeram ao premiar A Dama de Ferro, só que com Foxcatcher desta vez.
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Ida
- Minha dúvida será sanada apenas na hora da entrega, com Leviatã talvez levando o prêmio pra Rússia. Ida me encantou mais, e eu comentei sobre o filme e seus outros concorrentes lá no CineOrna.
MELHOR CURTA-METRAGEM (ANIMAÇÃO)
O Banquete
MELHOR CURTA-METRAGEM (LIVE ACTION)
Boogaloo And Graham
MELHOR DOCUMENTÁRIO (CURTA)
Crisis Hotline: Veterans Press 1
Patricia Arquette – Boyhood - Da Infância à Juventude
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Interestelar
- Essa me deixou bastante em dúvida. O novo filme de Christopher Nolan mescla bastantes efeitos visuais com práticos, mas será que Planeta dos Macacos - O Confronto terá seus símios digitais finalmente condecorados? Guardiões da Galáxia pode ser uma alternativa.
MELHOR ANIMAÇÃO (LONGA)
Como Treinar o Seu Dragão 2
- Por mais que eu não encontre lá muito fascínio no visual dos dragões do filme, creio que o roteiro mais profundo conta mais do que o tom meramente aventuresco de Operação Big Hero, que por sua vez tem iluminação e texturas ótimas. O Conto da Princesa Kaguya possui uma técnica linda, mas também um sonífero potencial.
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Grande Hotel Budapeste
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
MELHOR DOCUMENTÁRIO (LONGA)
O Sal da Terra
- Tem Wim Wenders na direção, retratando Sebastião Salgado, um dos fotógrafos documentais mais importantes do mundo. Por aqui, infelizmente só vai estrear no final de março, então estou considerando a força dos nomes envolvidos. A Fotografia Oculta de Vivian Maier possui uma pesquisa fascinante, mas sua montagem formulaica enfraquece um pouco. Virunga (disponível no Netflix) toca num tema bastante forte, o imperialismo ainda vigente na África e a cansativa luta de preservação do Parque Nacional no Congo, que ainda guarda momentos de tensão na sua terceira parte. CitizenFour não é menos polêmico, indo atrás de Edward Snowden, mas tirando o exemplo da edição anterior (premiando A Um Passo do Estrelato), a Academia não gosta de temas lá controversos.
MELHOR EDIÇÃO
- Uma decisão particularmente difícil. É provável que priorizem as elipses temporais (e o esforço braçal) da montagem feita em Boyhood, mas os raccords feitos em Sniper Americano parecem mais fortes. De qualquer forma, gostaria que Whiplash recebesse a estatueta justamente por toda a sua energia.
MELHOR TRILHA SONORA
Alexandre Desplat - Grande Hotel Budapeste
- Torço por Hans Zimmer com sua trilha de Interestelar, mas pelo visto há uma preferência maior pelas melodias folclóricas de Desplat no filme de Wes Anderson.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Glory (Selma - Uma Luta Pela Igualdade)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Dentre o meu desgosto pelas cinebiografias da temporada, fico com Whiplash por ser um verdadeiro respiro entre seus concorrentes, com seus diálogos afiados e incidentes divertidos.
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
MELHOR ATOR
Eddie Redmayne – A Teoria de Tudo
MELHOR DIREÇÃO
Richard Linklater – Boyhood - Da Infância à Juventude
- Alejandro G. Iñiárritu ainda é uma grande possiblidade, seja por trazer um filme irreverente ou por conseguir extrair boas atuações do seu elenco, mas quem sabe Linklater recebe o prêmio por conduzir um projeto de longa-data com persistência e simplicidade (ainda que poderia ter dirigido melhor sua filha...).
MELHOR ATRIZ
- Eis o maior dilema da premiação. Tanto Boyhood como Birdman estão empatando nas premiações afora e não há um veredito claro. Há os defensores da simplicidade da "vida real" (nem sempre em seus momentos de glória) que o primeiro carrega, além de seu registro de uma cultura celebrada pela geração jovem, mas o roteiro genérico e até alguns incidentes idênticos faz com que o projeto pareça extenso até demais. Outros já preferem a excentricidade e o capricho audiovisual do segundo, até porque aquela retratação e crítica aos bastidores das artes cênicas, seja na Broadway ou em Hollywood, parece condizer mais com quem realmente vive no meio e há quem goste das alfinetadas ali.
Meu palpite pode estar certo, ou completamente errado. O importante é se divertir com a cerimônia, rir das piadas, reparar nas gafes, retuitar selfies e, o mais essencial, assistir aos filmes ou montar uma lista dos que faltam ver.
Desejo a todos uma boa sessão!
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