quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Linda de Morrer | CRÍTICA


Inimigas eternas das mulheres, a celulite está longe de ser exterminada. Fala-se em fazer exercícios, cortar refrigerante, aderir dietas, tomar Ômega 3, entre outras soluções duvidosas. Mas para Paula Lins (Gloria Pires), famosa médica esteticista, o fim da celulite encontra-se no seu poderoso comprimido Milagra e o início de uma era de rejuvenescimento das mulheres está por vir assim que chegar às lojas. Os efeitos colaterais desse medicamento? Esquecidos, assim como o riso dessa comédia póstuma.


Quando Paula Lins falece na véspera do lançamento do Milagra, com sua propaganda prometendo pernas lisas de uma jovem, as pessoas próximas da esteticista ficam completamente perdidas, sem esquecer de mencionar a própria diretora do filme, Cris D'Amato. Fazendo uma introdução apressada e resumida, incluindo aí vexaminosas discussões entre Paula (que só sabe mexer e atender seu celular) e a filha Alice (Antonia Morais), D'Amato procura ambientar todo e qualquer tipo de situação para uso futuro, especialmente em lugares bastante frequentados por mulheres, como um salão de beleza e uma sala de spinning, mas os roteiristas se esquecem de aproveitar tais personagens e cenários que,  de tão aleatórios, passam batidos para voltar em outra ocasião e sem menor peso dramático. Falamos de uma comédia e por isso queremos lembrar das piadas e as circunstâncias que as precedem, seus motivos, não apenas da empregada (mal estereotipada) dançando uma música pop carioca do momento.  


Por falar em desaproveitamento, o que dizer do espaço de tela de boas atrizes como Vivianne Pasmanter e a escrachada Stella Miranda? Enquanto a primeira personagem surge como um conflito para o Dr. Daniel (Emilio Dantas, o projeto de galã da vez), porém descartada sem importância alguma, a apresentadora Gilda Bayão é uma das melhores fontes cômicas no título, ainda que tenha pouco a oferecer, vítima de um roteiro raso. Até a ponta de Susana Vieira como Mãe Lina consegue ter algum divertimento, mas graças à persona povão da atriz, encarnada numa mãe de santo. 

Seja no céu ou na terra, Linda De Morrer deveria passar desta janela para sua melhor (e óbvia) apresentação, a televisão. Lá, quem sabe, morrer de rir seria o melhor remédio. 


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